segunda-feira, 25 de julho de 2011

MANCHAS NO DINHEIRO E MANCHAS NA ALMA!


Hoje dia 25 de Julho de 2011 fui fazer uma compra no Nordestão da Zona Norte, precisamente o chamado Nordestão do Gancho, aquele que fica entre o Amarante e o Igapó próximo da avenida Tomás Landim. Peguei precisamente R$ 60,00 reais para comprar um pacote de fraldas, duas caixas de cremogema, alguns pães e uma caixa de maizena. Era precisamente umas 17: 45 hs da noite, chegando ao caixa, como de costume, espero a caixa me dá o valor final das compras o que não demora muito. O valor total ficou em torno de R$ 51,80 e prontamente saco três notas de 20 reais. Após alguns intermináveis minutos de um silêncio constrangedor da caixa, observando a nota (nunca vi uma expressão tão séria e angústiada de uma pessoa) e que parecia, que os minutos para mim demoraram eras, sendo que por fim, ela me comunica que tem uma alguma coisa errada com uma das notas de 20 reais (achei a principio que ela estava verificando se a mesma era verdadeira), e a qual eu repliquei " mas ela foi tirada no caixa eletrônico do Banco do Brasil !", mas não houve acordo e, assim ela precisaria consultar uma outra pessoa, provavelmente a pessoa responsável pelos caixas, e, então acendeu um sinal vermelho no caixa para que pudesse chamar a atenção do responsável que resolveria o problema. Neste instante, as pessoas percebendo o que estava acontecendo, pois infelizmente onde eu moro as pessoas ainda guardam a herança da curiosidade, fruto de décadas perdidas nas raízes interioranas do nosso Estado, passam a prestar atenção ao que esta acontecendo no caixa quatro, o caixa onde estou. Não é preciso dizer como me senti com todas aquelas pessoas me olhando e sabendo que uma das notas estava com uma mancha "rosa" a tão falada mancha do mecanismo de caixas eletrônicos responsáveis por manchar o dinheiro fruto de explosão de Caixas eletrônicos por bandidos que buscam o dinheiro fácil sem trabalhar para obtê-lo. Agora, imaginem a minha situação com as pessoas, no supermercado me olhando, não foi uma experiência fácil de digerir, pois o seu silêncio tinha a eloquência de um discurso inquisidor e acusador, mesmo que nada falassem, apenas o seu olhar bastava para me fazer desejar nunca ter ido comprar nada naquele dia. Após alguns minutos chega a responsável e depois de avaliar a nota ela diz "é... isto é um problema, esta mancha complica" e depois de avaliar novamente finalmente diz: "senhor por favor nos desculpe, mas nós não podemos aceitar esta nota...", estava tão constrangido com aquelas pessoas ali olhando a minha situação, que não deixei a responsável pelos caixas terminar a frase e tratei de utilizar apenas os 40 reais que não tinham tido problema e entreguei o pão para ver quanto ficava, mas o saldo ficou ainda alto, ficou em R$ 48,76 e eu só tinha R$ 40,00 reais então para encurtar todo o espetáculo, entreguei uma cremogema e uma maizena que finalmente deu o total de R$ 37,86 reais e sai o mais rápido que pude com as manchas no dinheiro e com Manchas na alma. Pensando friamente agora, concluo que não devo culpar a caixa e tampouco a responsável pelos caixas, afinal, elas estavam cumprindo a determinação de seu empregadores que possivelmente as orientou a não receber notas manchadas. Tampouco sei a quem culpar, os bancos responsáveis pelos caixas eletrônicos, o Estado por não coibir a violência e o roubo, pois afinal eles são pagos para isso, a sociedade por sempre aceitar as situações como se elas fossem normais ou a justiça que deixa que pessoas honestas e trabalhadoras sejam presas, condenadas injustamente, caluniadas ou constrangidas pelos crimes de outras pessoas que acham que podem obter, com o crime, vida mais fácil.

Seja como for neste dia me sinto um criminoso sem ter assaltado ninguém, não possuo arma, pelo contrário, eu as ódio, não ameacei, roubei, assassinei ou me corrompi por nada, todavia mesmo com todas estas "qualidades" ainda posso ser visto como um criminoso por uma mera predisposição do acaso. E pensar que Hume não acredita em acaso, provavelmente, foi apenas um grande mal entendido, acho que o filosofo Escocês, não mora em nosso país, pois se morasse começaria a ter a certeza que o acaso realmente não existe em nosso país, o que existe é descaso com aqueles que buscam viver do seu suor e trabalho que são as principais vitimas de uma situação que o país não consegue resolver. Acredito que continuará assim, com pessoas que buscam seguir a lei passando por constrangimentos enquanto os responsáveis continuam soltos e explodindo caixas. Então, que continuemos obtusos quanto as injustiças feitas a inocentes, pois já virou costume isto acontecer, infelizmente!


Pelo manchado, R.M.J.

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