domingo, 6 de novembro de 2011

A pele que Habito


A mais nova película de Pedro Amodóvar é sem dúvida até agora a melhor obra cinematográfica do ano de 2011, e um marco para o diretor. Em A pele que habito (2011), o Almodóvar se reinventa, mostra que é mais que dramas românticos, relações passionais e mulheres histéricas. Não só reinventa seus personagens, como também meche com valores além do que nos permitimos pensar, nos deixando num total clima de estranhamento. Ele vai além da sua obra e rebusca detalhes sutis que serão de uma importância extrema para o enredo. Quando disse que faria um filme de terror sem grito nem sustos, não consegui imaginar, até ver com meus próprios olhos. Ele brinca com os elementos do cinema clássico de terror, o cientista louco, a cobaia humana, em um castelo. Um belo resgate da literatura fantástica: O Médico e o monstro e Frankenstein, com um clima moderno e original típico dos contos de Isaac Asimov.  


Tento não falar muito da história, porque ela é uma peça bem pregada pelo diretor no seu espectador, na qual somos pegos desprevenidos no que aparentemente seria mais um filme passional do Almodóvar. O diretor trabalha obsessões e loucura com a frieza e experiencia de um sádico e revela assim uma face totalmente obscura de seu cinema. Numa ficção científica que ainda reúne os traços mais marcantes de sua filmografia. Quem já viu Abraços partidos (2009) e Fale com ela (2002) tem uma ideia da obscuridade que ele conseguiu condensar e aprimorar na sua nova obra. 

A pele que habito é um filme surpreendente além de tudo. É também intenso e provocativo, nos mostra como na psicanálise Freudiana que cada detalhe da vida, pode ao fim se tornar uma chave para despertar algo obscuro.  

Recomendo muito, tá em cartaz! Desejo a todos um bom filme. :)

Trailer: 

Comentários
0 Comentários