O MÁGICO

Confira essa nova animação do diretor de Bicicletas de Belleville.

BALADA DO AMOR E ÓDIO

Confira nossa crítica sobre o mais novo filme do cineasta espanhol Álex de la Iglesia.

FRIDA KAHLO EM SEIS SENTIDOS

O projeto de extensão “cores” nos convida inicialmente a um espetáculo sobre a vida da artista plástica, mexicana, Frida Kahlo.

ARTEROTISMO - UM CONVITE

Gente! Ontem eu fui ao evento #OqueDjaboÉIsso, onde tive o prazer de assistir ao ótimo espetáculo "As cores avessas de Frida Kahlo"...

"A CULPA É DA SOCIEDADE"

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”...

terça-feira, 31 de julho de 2012

Arte Sequencial: Por onde começar?


EducArte é um super evento de instrução + cultura + entretenimento. Sua primeira edição será na cidade de NATAL (RN), nos dias 3 e 4 de agosto 2012, e a arte abordada no evento será ARTE SEQUENCIAL (ou Quadrinhos).


PUBLICO ALVO
O evento é direcionado para educadores, quadrinistas e fãs da Arte Sequencial em geral. Haverá também algumas atividades práticas com crianças.

OBJETIVO AOS EDUCADORES
Incentivar professores e educadores a utilizarem a Arte Sequencial em sala de aula, como forte ferramenta de ensino que é, e instruí-los como faze-lo. Para tanto, são 2 dias de programação variada, entre palestras, workshops, entrevistas e debates com profissionais do ramo, de forma que o público seja capacitado para executar o que aprendeu.









OBJETIVO AOS QUADRINISTAS

Divulgar quadrinistas e suas obras, além de incentivar e instruir jovens talentos a investirem na Arte Sequencial, como hobby e/ou profissão. Para tanto, são 2 dias de programação variada, entre palestras, workshops, entrevistas e debates com profissionais do ramo, de forma que o público seja capacitado para executar o que aprendeu.


OBJETIVO ÀS CRIANÇAS
Instruir com entretenimento, através de histórias, teatros, gincanas, brincadeiras e outras diversas atividades.

FAÇA SUA INSCRIÇÃO NA LIVRARIA NOBEL E RECEBA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO EVENTO - Av. Senador Salgado Filho 1782, Tirol (em frente ao Hospital Walfredo Gurgel), em Natal (RN), das 8h às 19h (dias úteis)
R$ 15,00 - ANTECIPADO
R$ 20,00 - NO EVENTO


LOCAL
O evento será realizado na própria Livraria Nobel.  Por isso é imprescindível a retirada da sua inscrição/programação na própria Livraria Nobel.

Aproveite! Faça sua inscrição! Convide amigos! Divulgue para todos, pois todos saem ganhando neste evento!


TIRE SUAS DÚVIDAS
Laura Branco:   (84) 8104-6630 / 9686-1494 / laurabranco.12@gmail.com
Leíze Maria: leizemaria@hotmail.com

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Desbiografando o poeta - Só 10% é mentira



"O prego que farfalha"
Entre versos, descobertas, noventa por cento de invenção e só dez por cento de mentira nos encantamos com a cine-desbiografia do poeta sulmatogrossense, Manoel de Barros. Misturando entrevistas exclusivas do escritor, de artistas, admiradores e claro algumas histórias inventadas, o longa nos transporta para o universo fantástico do "poeta da palavra". 

Manoel fala sobre seu processo criativo, suas três infâncias e sobre a virtude de ser inútil, da qual tanto se orgulha. Tudo isso, após comprar o ócio e tornar-se “Vagabundo profissional”. 

Nos dão ainda o ar de sua graça algumas figuras como Palmiro: "O consultor linguístico", Paulo: "O inventor de coisas inúteis" e Salim: "O guia de idioleto manuelês". Sem contar na memória sempre estimada de Bernardo, alterego do escritor. 

Com simplicidade e sutileza o filme encarna o “idioleto manuelês”, e é a prova que “imagens são palavras que nos faltaram”, como já dizia o poeta. Rica em detalhes, hora minimalista, a fotografia retrata cores e texturas comuns ao nosso cotidiano, mas que vistas com olhos atentos, também se transformam em poesia. O que não é imagem, no filme, é “desenho verbal” e vice-versa. Fácil se contagiar e se maravilhar com o “fenômeno da linguagem” que toma conta da tela. Curioso ver como o diretor imerge nessa poética e faz do seu filme não só um documento precioso, mas também um pedacinho de invenção. Dentro desse universo de "Só dez por cento é mentira", tudo que não se inventa é falso, e nessa brincadeira nos perdemos no “deslimite da palavra” pra nos encontrar, no fim. 

O poeta é o ser que inventa, que usa a imaginação, e é a imaginação , segundo Manoel, que “transvê o mundo”. Só através da percepção sensível podemos alcançar a poesia e deixar que ela nos alcance. A razão segundo o poeta pode servir para muita coisa, mas não pra ler poesia. A razão suja a natureza da palavra. Na poesia a palavra toma vários sentidos e significados, dá novos comportamentos, “coisifica o humano, humaniza os vegetais e vegetaliza os animais”. Objetos e paisagens tem liberdade nas palavras do poeta e ficam muito mais interessantes quando fazemos o exercício de imaginar.

Manoel de Barros desenha o mundo com lápis e imaginação, nos mostra um jeito novo de ver o mundo, olhar com olhos atentos, sem a ambição de ver algo, apenas focar no desfoque. Imaginar! Inventar! Transver!

O documentário é um presente aos amantes da literatura, da poesia e da liberdade. Enxergar o mundo com os olhos de uma criança é a liberdade que nos falta, e a poesia do Ser inútil, Manoel de Barros, nos proporciona a sensação de ser livre.


Só dez por cento é Mentira - 2008


Direção: Pedro Cezar
Roteiro: Pedro Cezar

Direção de Fotografia: Stefan Hess'
Gênero: Documentário
Origem: Brasil
Duração: 76 minutos
Site oficial: http://www.sodez.com.br/
trailer:




sexta-feira, 6 de julho de 2012

De olhos bem fechados (Crítica)


Olá, desculpem a ausência esses dias, foi por falta de inspiração. Voltei com crítica nova de um filme não tão novo assim. Mas que me fez ter vontade de escrever. Espero ter mais filmes que me motivem a escrever, as salas de cinema não andam motivando ninguém ultimamente. Enfim, espero que gostem, e desculpem a falta de jeito também, estava ficando enferrujada...

Xêru e boa leitura! 

***

É um risco falar qualquer coisa sobre a ultima obra de Stanley Kubrick, o quase filme póstumo, De olhos bem fechados (1999)

Ao mesmo tempo, não dá pra deixar de pensar que foi feito por ele, pois Kubrick aparece em cada sombra e em cada iluminação, mesmo que muitos digam o contrário. De fato, trata-se de um Kubrick despretensioso, mesmo no fim da vida, ainda extremamente caprichoso. 



A primeira cena em que Nicole Kidman, de costas, deixa cair seu vestido, expondo seu corpo nu, e perfeito, me faz lembrar das palavras de Agabem em seu artigo "O niilismo e a beleza dos corpos" onde ele defende: "Que a nudez de um corpo bonito pode ocultar ou tornar invisível o rosto..." Mais a frente citando Cármides de Platão, completa: "se ele aceitar despir-se, crerás que ele nem sequer tem um rosto". 
E é com esse clima que nos deparamos em grande parte do filme. Rostos famosos e incrivelmente belos como os de Tom Cruise e Nicole Kidman quase que se apagam diante da nudez de inúmeros corpos. Sem contar que o enredo vai muito além de corpos, mesmo tendo neles a ferramente perfeita para direcionar o contexto da história, o suspense psicológico é sem dúvida o fio condutor brilhantemente usado pelo diretor.

Mas tentarei analisar a obra pela obra, sem que o peso do autor sobre o filme venha ganhar mais proporções, mas repito, isso é uma tarefa arriscada. 
O filme que a primeira vista me parecia apenas um romance, se revela estranhamente assustador. Algo que começa com os problemas cotidianos de um casal evidentemente em crise, passa a se desenrolar como uma trama perigosa e te pega desprevenido, ao ponto de te levar a pensar: "o que me levou a ver esse filme mesmo"? ou até "que filme é esse mesmo"?

Cenas, muitas vezes sem sentido, sem proposito, confusão, diálogos mortos e muita paranoia. As cenas sem sentido provocam a sensação de uma grande conspiração e isso torna a trama envolvente, histórias paralelas, aparentemente sem elo com o eixo do roteiro, tornam tudo um pouco confuso, mas de forma alguma o filme fica menos atraente. Talvez essa coisa meio despropositada, seja o que torna essa obra tão interessante. Essa atmosfera estranha faz "De olhos bem fechados" um filme marcante.  
A estética dos ambientes com suas insistentes luzes de natal é intrigante e perturbadora. De uma plasticidade apática que trás um clima constrangedor de “festa”, encobrindo as relações doentias que as aparências teimam em disfarçar. A trilha sonora é grandiosa e seu ar de ópera dá um ritmo dramático e necessário para as sequencias. 

O filme se revela um drama psicológico dos melhores, e ainda uma crítica à sociedade das mascaras, e a toda a falsa moral sob o desejo contido. Uma crítica à hipocrisia das convenções sociais e uma bela homenagem ao corpo nu. Afinal, vemos um desfile de corpos perfeitos, onde os rostos não podem ser cumplices, para isso trazem uma mascara que encobre a face rosada pela vergonha da nudez. Voltando novamente a Agabem, parece que só a cumplicidade do rosto dá ao corpo nu a ausência de segredo. E esse jogo é muito bem articulado durante todo o filme. Os corpos que aparecem nus tendo o rosto como cúmplice estão sempre desfalecidos, e isso é no mínimo intrigante. 
Não posso falar mais... Nada é explicito nesse filme, exceto algumas cenas de sexo, então não esperem grandes conclusões (muitas vezes você terá que criar-las) e nem finais hollywoodianos. Apenas o sentimento que mesmo após grandes experiências de nossas vidas, tudo tende a seguir o curso...
Eu falo tudo e não quero dizer nada, apenas que é surpreendente. Pode não ser uma obra prima, como fala a maioria, mas sem dúvida é um filme que não devemos deixar de ver. É marcante e perturbador, visivelmente um filme de autor. 



terça-feira, 3 de julho de 2012

Inclemente



Sinto o tempo me escorrer pelas mãos
numa montanha-russa sem fim.
Sinto pedaços de mim ficarem pra trás
e outros que chegam sem nenhum aviso.
Há dias em que o tempo
me é um amigo precioso.
Há dias em que o tempo
é o maior ladrão com quem poderia
me deparar.

Ceres Dantas