O MÁGICO

Confira essa nova animação do diretor de Bicicletas de Belleville.

BALADA DO AMOR E ÓDIO

Confira nossa crítica sobre o mais novo filme do cineasta espanhol Álex de la Iglesia.

FRIDA KAHLO EM SEIS SENTIDOS

O projeto de extensão “cores” nos convida inicialmente a um espetáculo sobre a vida da artista plástica, mexicana, Frida Kahlo.

ARTEROTISMO - UM CONVITE

Gente! Ontem eu fui ao evento #OqueDjaboÉIsso, onde tive o prazer de assistir ao ótimo espetáculo "As cores avessas de Frida Kahlo"...

"A CULPA É DA SOCIEDADE"

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

QUANDO A ARTE É MAIS FORTE DO QUE O NOSSO CARATER

Poucas obras se manifestam com a mais digna característica de traduzir a natureza humana em seu lado mais sordido do que a literatura. Mas imaginem só quando a mesma recorre, em sua narrativa a outro tipo de arte como a pintura ou escultura. O resultado deve ser deverás interessante! Mas posso dizer que é bem melhor.

De fato se recorrermos a literatura podemos com toda certeza verificar a incrivel cortejo que as belas artes possuem com as belas letras, especificamente, no gênero de literatura que nomeadamente intitula-se de Horror ou Gótico. Isso realmente ocorre e pelo que pouco que já li não consigo identificar em outro gênero literário, como por exemplo ficção, romance, biografia, e etc. Somente nesse nicho é que podemos encontrar as melhores historias que envolvem as imagens pictoricas que retirando camada por camada, ou talvez, acrescentando camada por camada podemos construir uma imagem do monstro que nós escondemos no subsolo de nossa consciência. Deveras, não há como encontrar em outra arte uma relação tão estreita e incrivel como essa, entre literatura e pintura.

Decerto, o que podemos encontrar nesses autênticos representantes dessa relação entre literatura e pintura esta concentrado em alguns grandes autores da literatura universal, como por exemplo, Oscar Wilde, Gogol, Edgar Allan Poe, H.P. Lovecraft. Nesse caso, me restringirei, apenas a Oscar Wilde, Gogol, Edgar Allan Poe por serem os que li recentemente. O que podemos destacar a princípio é que todos eles tem em comum a pintura como meio de contar suas historias, podemos ressaltar que suas temáticas geralmente objetivam mostrar a sordidez e a perversão de carater fruto dessa relação.

Ora se consultarmos o Retrato de Gogol o encontraremos os mesmos temas que os abordados por Poe e Wilde, a saber, a obra de arte, no caso do quadro, representando aquilo que pode mostrar o que podemos ter de bom ou de mal em nosso carater. Isso mostra igualmente a capacidade do pintor ou da pintura de capturar aquele hiato de brilho ou matiz que mormente escondemos em nosso verniz polido. No caso de Gogol o que desperta o a sordidez de Tcharkov é a sua ausência de escrupolos e decadência artisitica, pois havia trocado a "aurea" que todo artista ou pintor procura na obra de arte pelo vil metal. De outro modo no Retrato de Dorian Gray o mesmo acontece, só que a sordidez não esta no declinio do agente mas na transformação da própria obra que a medida que a moral do proprietário decai a mesma se reflete no quadro que de obra genial passa a se transformar e, por que não dizer representar o grotesco. Por conseguinte, em Berenice de Poe temos um caso de amor entre o objeto fonte da obra e o amor masoquista e incondicional de um homem. Que mesmo sabendo que a obra é apenas a representação do ser amado (esta já não esta mais ali, pois jaz morta) torna-se fonte de idolatria e loucura.

Estas três obras mostram que podemos vislumbrar que a literatura sempre esteve em estreita relação com as demais artes. E a mesma consegue traduzir essa relação, mesmo que de forma tão obscura e pesada quanto uma historia de horror que nossas relações e sentimentos podem ser sem dúvida avivados por uma experiência estética como essa. Mas o augusto leitor poderia me perguntar será que só podemos encontrar essa relação entre pintura e literatura no gênero de Terror e não em outra?  Deveras, fico devendo essa resposta, pois o que tenho constatado em minhas exiguas leitura é que de certa forma o gênero terror me parece representar muito bem esse relação tão passional entre arte e literatura.

Espero que esse pequeno artigo seja motivo de interesse do grande público e que desperte o leitor a procurar em outros gênero de literatura essa relação tão estreita.



Agradeço a todos.



R. M. J



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Relato do dia de hoje




Hoje ocorreu-me de ir ao shopping center (o shopping já começa a sua petulância pelo próprio nome - por que não chamá-lo centro de compras?); encontrava-me num ambiente muito polido, com pessoas com (aparente) alto poder de compra, perfumadas, de dentes brilhantes e faces rosadas clichês. Percebi então uma senhora que me olhava constantemente, que insistia em manter o olhar mesmo ao notar que eu percebi. Essa senhora disse-me alguns instantes depois 'estou lhe olhando porque você é muito bonita'.

(...)
Após tal situação resolvi ir embora para casa, então entrei num coletivo. 
Ao sentar, tocou-me um homem com pouca sensibilidade, ou melhor, sensibilidade nenhuma, que eu, até então, tão mal conhecia. Tocou-me o braço como se empurrasse algo, como se empurrasse a vida, transformando um pedido numa ordem clara e bem pouco sutil. 
Esse homem carregava um saco, talvez com o que restou de suas roupas, ou com algo de comida, ou ainda com latinhas de alumínio para vender e conseguir algum dinheiro.
Eu também carregava um saco. Carregava um par de sandálias e uma bolsa novos, que tinham me custado uma boa parte do que ganho do meu trabalho (não que eu ganhe muito) e que eram, sem dúvida alguma, objetos supérfluos. Ainda mais agora que aparece esse homem e me choca com uma realidade maldita e capitalista, uma realidade crua e fria a que escolhemos, todos os dias, fechar os olhos.
Senti-me como uma Clarice, quando surpreendida pelo rato num momento que antes era de glória. Tive vontade de voltar no tempo, de nunca tê-lo visto, de querer vê-lo todos os dias, de entregar tudo o que tenho.
No entanto, neguei dois reais a esse homem e creio que negaria novamente.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

PSICOPASSIONOICA

Ontem a noite chorei vendo um filme ruim... Chorei por todos os meus amores, que foram poucos (na verdade são poucos), a se contar nos dedos de uma mão. Acredito que se pode amar várias vezes e que cada vez cada um desperta um tipo diferente de amor, não menor, nem maior, apenas diferente. Solucei por cada sorriso que dei para que eles soubessem que ia ficar tudo bem, mesmo quando por dentro eu estava destruída. 
Chorei até me faltar o ar por cada momento em que os abracei e pude fechar os olhos sem medo do escuro, por cada vez que pude sentir o coração deles bater em seu peito e por cada vez que olhei em seus olhos enquanto passava minhas mãos em suas nucas. 
Ainda solucei um pouco mais por ter sido sempre intensa, por não me envergonhar em demonstrar que estava completamente apaixonada e por não me arrepender de agir assim.
Ontem fiquei sem ar com a violência do choro que crescia a cada lembrança...  Amores simples(mente) complexos como eu e eles. Em o único interesse de amá-los incondicionalmente, mesmo que a eles não interesse isso. 
Ontem a noite peguei o lápis enquanto as lágrimas caiam e escrevi. Escrevi sob choro orgulhoso pelos amores que sinto e que são meus para entrega-los sem medo. Porque sou dessas.
Ontem eu chorei, chorei aliviada pela leveza que é amar "livre", e pelos sorrisos frouxos, lágrimas bobas e pela pureza dos bons sentimentos.