domingo, 12 de maio de 2013

O sobre A mar



Trocou o porto seguro pelo horizonte do mar, decidiu partir deixando no cais: amores e dores que jaz, e foi... em seu barco cheio de histórias, só a rede que acalenta seu sono solitário e o peixe que vez o outra se permite pescar. O peixe livre, indeciso, uma hora se fisga outra só belisca. Sufocado na profundeza da água, no infinito busca abrigo. Busca fôlego na superfície. O homem  tem fome, mas num quer ser a morte do peixe vivo, o peixo vivo precisa de mar. Encontra a morte pra saciar a fome de quem lhe deseja respirando.

Distantes, tão perto. Tão juntos. Tempestades, encontros, céu azul, desencontros, horizonte e mar, pesca, fome, solidão e medo. O peixe vivo é sua companhia, o peixe morto saciedade da fome. A dúvida de(o) não ser só, ou a solidão do(e) ser faminto. A alegria de pescar (a solidão), o medo de perder (o peixe), a fome de viver (o mar)... Desistir de velejar, nadar a mar aberto. Caminhar sem chão pro desconhecido. Amar agitado. Deixar e morrer amargurado. 


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