quarta-feira, 19 de junho de 2013

Matemática da depressão


Dividimos, despesas, espaço, o quarto, angustias, aflições, confusões, expectativas, frustrações, derrotas, conquistas, o carrinho de compras, o caixa eletrônico, os copos de requeijão, a novela, o filme dramático, a música de fossa, os créditos do celular, o jornal, a
revista, os livros usados, a internet, o computador quebrado, as aulas chatas, os textos desinteressantes, paciência...
Somamos sorrisos, lágrimas, afetos, cumplicidade, loucuras, tédio, gargalhadas, vícios, dor de cotovelo, inseguranças, a sobremesa, as contas do mês, dívidas, sono, fome, recalque, moedas, alegria, tristeza, verdades, dias, noites, lembranças, esquecimento e esperanças...
Multiplicamos memória, desespero, esquisitices, erros, acertos, companheirismo, papéis, textos, opiniões, delírios, amizade, desejos, ânsias, SMSs, mensagens inbox, posts no Facebook, embalagens vazias, fofocas, virtudes, defeitos, novos projetos e a falta deles...
Subtraímos solidão, ausência, abandono, dor? Talvez... Como se subtrai? Fazer menos, sentir menos, ouvir menos, falar menos, ser menos, existir menos, (-).
Fechamos a conta, passamos a régua, aplicamos a prova dos nove. As formulas não se aplicam, quando viver é errar nos cálculos e achar resultados aleatórios (+/-).
Uma exatidão tardia e invariável, intensa e sem coeficiente ou denominador comum.

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