O MÁGICO

Confira essa nova animação do diretor de Bicicletas de Belleville.

BALADA DO AMOR E ÓDIO

Confira nossa crítica sobre o mais novo filme do cineasta espanhol Álex de la Iglesia.

FRIDA KAHLO EM SEIS SENTIDOS

O projeto de extensão “cores” nos convida inicialmente a um espetáculo sobre a vida da artista plástica, mexicana, Frida Kahlo.

ARTEROTISMO - UM CONVITE

Gente! Ontem eu fui ao evento #OqueDjaboÉIsso, onde tive o prazer de assistir ao ótimo espetáculo "As cores avessas de Frida Kahlo"...

"A CULPA É DA SOCIEDADE"

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Primeiro verão

[primo vere]

Ah, os ipês em flor! 

Quão curioso presenciar uma primavera? Ela, a mais efêmera das estações, nos ilude maquiando céu e chão de cores que surgem tão rápido quanto vão. O sol queima, mas o frio também não foi embora. Nem é inverno, nem é verão. Um ritual silencioso de preparação, no qual, daqui em diante os dias serão cada vez mais longos e as noites cada vez mais curtas. Penoso para os notívagos, exceto talvez, àqueles que sempre viveram verões.













quarta-feira, 25 de setembro de 2013

É só mais um dia que não existiu

Hoje foi mais um dia que não existiu. E isso não é um desabafo.
Acordar as 3 da tarde, se sentindo inútil, desalmada, patética, envergonhada perante os que ama. E isso não é tudo, algumas coisas consomem muito mais do que consigo descrever com palavras, ou que faladas, pareceriam falsas e insignificantes. E devem ser. 
Não quero ver ninguém, nem falar, nem comer, nem muito menos pensar. Nada que lembre uma possível existência humana. Ao mesmo tempo daria tudo por um colo (com o qual eu não precise me explicar, que não vai julgar minha fragilidade quando tiver chance). Alguém para passar a mão no meu cabelo e explicar sobre como a química no ar deixa o céu colorido. Ninguém nos ensina a desistir, por isso tenho esperança, me alimento com fastio e durmo muito.
Penso em suicídio quase sempre. - Mas o que eu estaria matando? Penso eu. Um corpo jovem, e uma mente perturbada... A minha insignificância e covardia diante da vida me tira até mesmo o alívio da morte. Veja o quão romantizada... daí vem, provavelmente, a mediocridade da vida. E eu continuo observando. 

As pessoas, no geral, me deixam entediada. São aqueles olhos vazios que quando se olha não se vê nada, nem ninguém. São só carcaças ambulantes ecoando um ruído sem sentido. Enquanto meu corpo pesa uma tonelada, não me sinto digna de arrasta-lo por ai, desperdiçando palavras que custam o olho da cara. E tenho muita preguiça de ser legal. Falta uma respiração bem dada, continuo morrendo um dia de cada vez, como dizem que seria natural. A melancolia me parecia uma condição estética, agora sofro dos seus sintomas descritos pela psiquiatria. As especialidades nos deixaram encurralados. Sou julgada de egoísmo, indiferença, drama, frescura, arrogância, vagabundagem... aos que se deram ao trabalho, agradeço a atenção. É por atenção que clamamos o tempo todo: estamos aqui para receber os "olhos" alheios, e só então se reconhecer como um "alguém". Até que você se perde no meio desses tantos EUs que não pode mais ser um. E sendo tantos e nenhum ao mesmo tempo. No entanto, talvez seja preciso ser apenas um, para então sermos vários. "Essa metamorfose ambulante", ou melhor, ser para quê? É só mais um dia que não existiu...


Desenterrei todos os defuntos nesse dia, e tomei chá com eles. Reparei que não reflito na poça é ela que reflete em mim, posso ver a lama escorrendo. - Será que a gente sabe quando tá ficando louco? (Não poderia ficar louca, minha mãe não entenderia, isso me angustia profundamente. Espero que quando acontecer, alguém explique para ela, pois ao que tudo indica, nessas alturas não estou mais me importando muito). 
Estou perdendo a poesia, como diriam os críticos. E esse poço é fundo. 
Não, eu não vou me matar, mesmo. A loucura vai me pegar primeiro, e a diferença entre viver e morrer não vai fazer sentido, acredito. A razão, por outro lado, faz eu ter medo de não saber a hora de pedir ajuda e morrer acidentalmente, por pura idiotice. A loucura não é de maneira alguma uma coisa ruim, mas "perder a razão"é uma frase engraçada. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

UMA PUBLICAÇÃO IMPERDIVEL PARA AQUELES QUE APOIAM A CULTURA E ADORA HQ


    Financiamento coletivo (crowdfunding) consiste na obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo através da agregação de múltiplas fontes de financiamento, em geral pessoas físicas interessadas na iniciativa. O termo é muitas vezes usado para descrever especificamente ações na internet com o objetivo de arrecadar dinheiro para artistas, jornalismo, cidadão, pequenos negócios e start up, campanhas politicas, iniciativas de , filantropia e ajuda a regiões atingidas por desastres, entre outros. 

     Sabemos a dificuldade que é para um autor de HQ, comic, banda desenhada e etc, tem para publicar seu material, ou pelo menos, torna-lo realidade.  Os incentivos da cultura são poucos e as editoras simplesmente publicam o que é vendável e que lhes garanta o retorno imediato de seus investimento, enquanto os autores e produtores que participaram de sua realização ficam com migalhas, fruto de sua obra, e não tem seu devido reconhecimento pelas próprias editoras. Então, como alguém consegue levar um projeto bacana e bem original, que sabe que tem potencial e pode agradar a boa parte dos leitores, pode fazê-lo se tornar realidade? Isso parece a principio ser impossível, contudo, existe uma luz no fim do túnel, a saber, o  crowdfunding, que  é a concessão de recompensas aos financiadores, em escala proporcional à grandeza do incentivo concedido. As recompensas estão de certa forma associadas ao objetivo final, mas isso não é necessariamente uma obrigação: a captação de recursos para a realização de um filme, por exemplo, pode prever recompensas como fotos das locações nas quais a obra será rodada. Contudo, no caso dos quadrinhos, as recompensas podem ser inúmeras, e são totalmente exclusivas devido incluir artes e páginas originais da obra, pode ser incorporada também pôsteres, artes conceituais e demais brindes para aqueles que participam do crowdfunding. As vantagens são inúmeras e os brindes aumentam conforme o valor seja depositado pela pessoa física, empresa, associação e etc. Um aspecto comum a iniciativas de surgida na internet. 

 
     Entretanto, o beneficio maior, acredito, esta em saber que uma obra de qualidade e que o próprio futuro investidor observou seu desenvolvimento e  acontecimento, foi por ele viabilizado. Além disso, fica o sentimento de dinheiro bem investido e de saber que, até de certo modo, participou da própria concepção da obra. Mesmo não sendo o autor ou escritor, o investidor sabe que de sua contribuição viabilizou a produção de algo criativo e que passou por sua analise e que de certa forma, foi aprovada por ele. Por tudo isso que o crowdfunding é uma ótima forma de viabilizar e de se investir em algo que sabemos que não iremos nos arrepender de ter apostado e contribuído para sua viabilização.
    Uma excelente oportunidade para todos que podem ajudar, através do crowdfunding, em alguma medida a realização da publicação de uma maravilhosa e fantástica HQ, esta no projeto da Milena de Azevedo intitulado Visualizando Citações onde a roteirista e criadora une forças com vários Ilustradores de comic, Historias em quadrinhos, Banda desenhada e etc, e alguns deles, de renome nacional e internacional, para dá uma interpretação original a várias obras literárias, na realidade trechos dessas obras, que as apresentada sobre os textos da Milene e ilustradas por um mestre do traço. Aliás, o projeto visualizando Citações concorreu ao trofeu HQMIX 2013 estando entre os melhores projetos nesse evento.

        Desse modo a respeito das ilustrações, cada ilustrador fica responsável por uma historia especifica. Para prestar, assim, uma homenagem da arte sequencial a arte literária. Recomendo a todos aqueles que em alguma medida gostam do que escrevo, a apostar nessa proposta do visualizando Citações. Os motivos para isso são vários, mas se pudesse resumir em um único motivo lhes diria "Por que é maravilhoso saber que a nona arte pode e deve ser uma forma de diálogo e quem sabe de introdução a literatura em geral". Só essa premissa mostra como o projeto visualizando citações é pertinente e merece ser publicado. Por isso convido a todos que possam contribuir para sua realização façam o quanto antes, sei que não vão se arrepender.  Pois ninguém se arrepende de algo que faz para desenvolver a leitura e a cultura em nosso pais. Além de ganhar com isso, por que eles não estão doando nada de graça, devido ganharem não só a obra como os brindes que as acompanha. O visualizando citações é um projeto que devemos lutar para que venha a ser realizado e que possa nos ajudar a divulgar o gosto pela leitura e pelas artes em geral.
 
muitas das referências sobre Crowdfunding, especificamente as explicações foram tirados do Wikipédia nesse endereço eletrônico:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Financiamento_coletivo.
 
Para mais informações sobre o Visualizando Citações http://ghq.com.br/campanha-para-a-impressao-do-visualizando-citacoes/
 
O endereço para as doações é este: http://catarse.me/pt/provc

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Primavero ausências

...As folhas que não suportaram o frio do inverno estão secas pelo chão. O estalar, quando as piso, provoca um prazer indescritível, e inútil como todos os outros. Passo horas pensando sobre isso, e pisando as folhas, e pisando... Tudo para ser ausência. 
A impossibilidade da distância me consome, estar impotente diz tudo das impossibilidades. Há dias que não falo pessoalmente com um ser humano, e isso é mais frequente do que necessário. Eu os evito, evito as convenções e o agradar por agradar, me recuso a ser educada por educação. 
Ando consumida de ausência. Essa que como diz o poeta, é um "estar em si"... Penso na possibilidade que as vezes não quero "estar em mim". Na verdade, algumas vezes, nem aguento "estar em mim". Eu me sufoco, como se estivesse presa nessa floresta com um assassino em série, que sempre mata a mesma personagem. EU. 
Sou uma natureza condensada preza num corpo que apodrece, se não tomo os devidos hábitos ditos como higiênicos. Nos limpar de nós mesmos e da vida. Porque expelimos unira, merda, suor, sebo... Acumulamos caraca, cera de ouvido, sujeira nas unhas, resto de comida nos dentes... Apodrecemos como as folhas que caíram com o inverno. Enquanto isso, flores nascem, enfeitam, perfumam e colorizam o caos.
É como se essa natureza condensada tivesse suas próprias estações, um ciclo interno de nascimento, desabrochamento, desencantamento e apodrecimento. Me primavero, me veranizo, me outoneio, me inverneço. 
Apenas algumas vezes não precisar ser ausência. Porque, a impossibilidade da distância me corroeu os dedos dos pés e os membros superiores. (Não sei se caminho pra frente ou pra trás). Aguento despedidas, mas não queria aguentá-las. Me destroem os abraços desapegados, os imaginários e os que nunca foram dados, pela simples ausência de braços. Só por isso.